CRENÇAS DE FÉ

A morte não é o fim mais uma continuidade !!!!

domingo, 20 de março de 2011

ORIGEM TEOGÔNICA E TEOLOGIA
HISTÓRIA AFRO-NEGRA

  De todas as teorias conhecidas até a presente data, somente a de Claperton (Travels and Discoveries in Northen and África –
1822/1824) fornece dados analíticos comprovados para uma idéia definitiva da origem dos povos africanos.
   Ela identifica Nimrod, o conquistador, com ODUDUWA,
Reconhecidamente fundador do Império Yorubano. Os mesmos fatos descritos na Bíblia (em Juizes 6,28-33) são atribuídos a ODUDUWA  no período de preestabelecimento do seu Império.
Segundo Claperton, os “habitantes da província de Yarba são supostamente descendentes dos filhos de Canaã que pertenciam à tribo de Nimrod. Desse ponto de origem, avançaram para o interior da África até Yarba, onde fixaram residência. Ao longo de seu caminho, pararam em vários lugares desmembrando-se em pequenas tribos da mesma origem étnica. Assim, supõe-se que todas as tribos do Sudão que habitam as montanhas são oriundas deles, bem como os habitantes de Ya-ory. Também a mesma descrição é dada ao povo de Neofee (Nupe). No nome LAMURUDU ou NAMURUDU podemos facilmente reconhecer a modificação fonética do nome  Nimrod”.  Se este Nimrod era conhecido por “o forte”, o filho de Hasoul, ou Nimrod, o “guerreiro” bíblico, ou ainda se ambos eram a mesma pessoa, não podemos afirmar. Porem, o conteúdo das teses não só confirma  as tradições da origem como garante a luz de veracidade na lenda.   É sabido que os descendentes de Nimrod,
(fenícios) foram levados a guerrear contra os filhos de Ismael e depois foram perseguidos, por razões religiosas, até a África.  Da mesma  forma, historicamente, temos aqui a origem do termo Yoruba , oriundo da localidade denominada YARBA, primeiro ponto de estabelecimento desse povo na África.  Yarba é sinônimo do termo YARRIBA, que os Haussas usam para identificar a palavra  Yorubá.
   Os manuscritos, achados arqueológicos e lendas levam à veneranda figura do ancestral dessa raça, acentuando profundamente a forma  egípcia em seu todo.  A mais famosa de todas as peças encontradas até os dias de hoje, e considerada como uma das “maravilhas de Ifé”, é o “OPA ORANIAN” (monólito de Oranian), um obelisco tido como o túmulo desse herói, e que possui características de origem fenícia. Nesse mesmo monólito, encontramos palavras pertencentes a Kaballah hebraica inscritas de forma clara e evidente, como uma mensagem à posteridade. As palavras(símbolos) são YOD, RESH, VO, BETH  e ALEPH , definição hebraica do nome  YORUBA , e cuja tradução seria a seguinte :

YOD = A DIVINDADE POR ORDEM DA
RESH = UNIDADE PSÍQUICA DO SER
VO = DEU ORIGEM
BETH = AO MOVIMENTO DE LUZ, OBJETO CENTRAL
ALEPH = DE ESTABILIDADE COLETIVA DO HOMEM.

   Assim, os símbolos Yod e resh comporiam as letras Y –O-R, o símbolo VO a letra U, o símbolo Beth a letra B e o símbolo Aleph a letra A :

YOD  =    YO
RESH =    R
VO      =    U
BETH =    B
ALEPH = A

   Ao mesmo tempo em que se tem a definição da origem cabalística da palavra YORUBA, temos no mesmo monólito a profecia que define a implantação do império YORUBANO por NIMROD, sob o nome de ODUDUWA.   A Divindade  seria Oduduwa , por ordem da unidade psíquica do ser, seria por ordem de Deus.  Deu origem ao movimento da luz, seria o movimento migratório da raça sob efeitos religiosos, Objeto Central de Estabilidade Coletiva do Homem , a fundação da antiga cidade de ILÉ IFÉ , berço da CULTURA YORUBANA .
   Essa tese é definida por teólogos e africanos ligados ao estudo básico da religião negra.  No entanto, durante o período colonialista franco-britânico, injunções foram feitas para distorcer os conceitos religiosos africanos.  Entre eles podemos citar a mutação teogônica  da divindade ESU / EXU – que, deixando de ser o Deus da fertilidade, transformou-se (por imposição colonialista) em Deus do Mal, ou Diabo.  A religião negra, monoteísta de origem, passou a ser classificada como idolatria pagã.  Sabemos que um dos princípios básicos de qualquer domínio estrangeiro (colonialista) é a destruição psicológica dos mitos, lendas, tradições e conceitos locais do povo a ser dominado, pois, dessa forma, a submissão será pacífica e duradoura.
   Sabemos também que  a Igreja Católica e a Protestante Anglicana, reconhecidamente as primeiras multinacionais da humanidade, desempenharam um papel importante na destruição das culturas Afro-orientais.  Mesmo após as descobertas, por teólogos da implantação colonialista , da identificação total  entre OLORUN  e JEOVAH, os pesquisadores mantiveram e acirraram a campanha de desmistificação das religiões negras, classificando essas divindades como demônios pagãos.
Dessa forma, poderiam facilmente promover uma mudança ideológica e teológica nos povos dominados. Esse fato pode ser constatado quando vemos os africanos de hoje definirem a palavra  BABÀLORISÀ como
“sacerdote de culto idolatra”.
   Dentro desse contexto, os colonizadores impuseram seus sistemas e religião aos africanos, que, de uma certa forma conseguiram resistir às incursões inquisitoriais dominantes apegando-se a seus usos e costumes, ainda que assimilando em parte a religião católica ou protestante.  Desse modo foi possível à aceitação do Cristo, sem interferência noculto aos  ORISÀ e EGUNGUN,  pois estes fazem parte da tradição original.  Isso sem se partir para um sincretismo católico-fetichista.
   Mesma sorte não  mereceu os escravos trazidos para as Américas do Norte , Central e do Sul.  Na primeira, os negros abandonaram seus costumes, conseqüentemente suas divindades,e, abraçando a religião predominante, transportaram seus ritmos e cânticos para o “soul” e o “jazz”, perdendo porém o contato com suas raízes. Tal situação embruteceu consideravelmente os descendentes dos primeiros africanos da América do Norte, que, mesmo adotando a religião, os usos e costumes dos brancos daquela terra, se viram repentinamente obrigados a enfrentar o racismo dos seus catequizadores.   E, nessa hora, a religião que lhes fora imposta , a qual pregava que todos os homens eram iguais perante Deus,
Abandonava-os, deixando-os entregues à sua própria sorte, com os olhos voltados para o outro lado do Atlântico a procura da Velha África de seus ancestrais.
   Para os africanos do Caribe, a sorte bafejou-os, de certa forma, com a criação da primeira República Negra das Américas, o Haiti, e a conservação da cultura original (sem muitas deturpações) na Jamaica e em Cuba.
   Na América do Sul, onde o contingente de escravos trazidos oscila entre 10 e 13 milhões, temos dois aspectos importantes a enfocar:

1)     O advento de ROSAS e URQUIZA na Argentina, que, permitindo a criação de ‘Republicas Negras” e reprimindo-as, propiciou ao sul do Brasil (Rio Grande do Sul) receber os últimos descendentes da Cultura OYÒ (e únicos no Brasil) que participaram ativamente do desenvolvimento daquele Estado, contribuindo ainda mais para  a solidificação da Cultura Afro-brasileira com suas tradições oriundas da cidade fundada por ORANIAN.
2)     O Brasil, apesar do sistema inquisitorial vigente à época e de conseqüente aparição do sincretismo católico-fetichista (Umbanda), conservou certas tradições africanas, algumas com grandes deturpações, porem com um saldo positivo plenamente identificável no Samba, Candomblé e Culinária.

    No aspecto teogônico original, presume-se que  ODUDUWA teria ido para  a África a mando de OLODUNMARÉ (JEOVAH) para redimir os descendentes de CAIM (HOTENTOTES), que, à  semelhança  de seu ancestral, carregavam o sinal da BESTA na testa (Gen. 4, cap. 15 e 16) .
   Voltando ao conceito original, encontramos um inicio filosófico na Cultu
ra e Religião Yorubanas :
1)     NIMROD encontra-se com Deus (JEOVAH) sob o nome de OLODUNMARÉ.
2)     Após pacto semelhante ao que foi feito entre o mesmo Deus e ABRAÃO, NIMROD troca de nome, passando a chamar-se ODUDUWA.
3)     ODUDUWA (Nimrod), filho de OLODUNMARÉ  (Jeovah), parte para a Terra Prometida (vide Gen. 12 , cap. 1 a 3, Gen. 17 cap. 4 a 6)
4)     Nimrod era descendente de Noé,neto de Caim (camita) e filho de Cusi (Kusí) (Gen. 10, cap 8 e 9).
5)     ABRAÃO(ex- Abraão), descendente de Sem (semita) e ODUDUWA (ex Nimrod), descendente de Caim (camita), eram parentes.
6)     Data presumível da existência de Noé :2300 a 2140 a.C .
7)     Data presumível da existência de ABRAÃO e ODUDUWA : 2000 a 1800 a.C.

Etimologia

OLODUNMARE – Oló          = Senhor
                                  Odu         = Destino
                                    Maré       = Supremo

                                  =  Deus, Senhor do destino Supremo
   Corresponde à personalidade de Deus, com o nome de Shadai ou Alhim Tsebaoth (Kaballah), ou ainda Javé.


ODUDUWA       -  Odú           = recipiente, autogerador
                                Da             = criador
                                Iwá            = existência
Oduduwa, o ser criador da existência terrena (vida), corresponde à figura de  ORISÀALÀ.


OLÓKUN         -  Oló (Oluwá)  = Senhor(a), dono(a),proprietário(a)
                              Okun             = Oceano, alto-mar
Olókun, senhor(a) dono(a) dos oceanos.

   Dessa forma ODUDUWA (Nimrod) une-se a OLÓKUN (Oceano), assumindo a forma de OBA-OLOKUN (Rei dos Oceanos), tendo três filhos:  ÒGÚN, equivalente a Vulcano, senhor do ferro, fígado, agricultura; ISEDALE , equivalente a Afrodite, senhora das águas e mãe de todas as ninfas e heroínas deíficadas ; e OKANBI, senhor do fogo, das conquistas e da justiça.  Com OKANBI, começa a epopéia dos Heróis Yorubanos, pois dentre seus sete filhos aparece ORANIAN, cujo papel de implantação definitiva da Cultura Yorubana é inargüível.  Independentemente de ter tentado continuar a missão de seu avô ODUDUWA em sua Guerra Santa contra os descendentes de Ismael, transformou-se na maior figura dessa cultura, a tal ponto que é o mais famoso dos sete filhos de OKANBI.
   Para tal, repetindo a façanha de Jacó com seu irmão Esaú, torna-se detentor de todas as terras da África Ocidental, instituindo o primeiro Feudo de que se tem noticia, instalando-se definitivamente em Ilé Ifé . 
Oranian afastou-se temporariamente de Ifé para ocupar a antiga cidade  de OYÒ , cujo trono passa a chamar-se “ITE ALAFIN”.
   EM MEMÓRIA DE SEU PAI, Okanbi, confere a este a honra post-mortem, de ser o primeiro Alafin de Oyò, uma vez que, pelo fato de ter nascido após a coroação de Okanbi, foi considerado o “Aremo OYE”
(primeiro nascimento após o trono em linha de sucessão). Oranian reservou a si a posição de segundo Alafin  de Oyò e senhor do Palácio Real de Ilé Ifé  (Owoni ti Ilé Ifé). Oranian foi pai de Ajuan (ou Ajaká) e Olufiran  ou (Sàngó). Com o nascimento de Ajaká e  Sàngó começa propriamente a dinastia dos Oyós.

CRONOLOGIA

OKANBI   -  Primeiro Alafin de Oyò -  1700 a 1600 a.C.
ORANIAN-  Segundo  Alafin de Oyò -  1600 a 1500 a.C.
AJAKÁ -      Terceiro  Alafin de Oyò -   1500 a 1450 a.C.
SÀNGÓ  -     Quarto Alafin de Oyò   -    1450 a 1403 a.C.
AJAKÁ -       Quinto Alafin  de Oyò  -     1403 a 1370 a.C.                  








                                

                                                 OLOKUN  IBA

   

3 comentários:

  1. Olá, muito interessante sua postagem.Você tem algum livro para indicar referente a esses acontecimentos descritos no blog?
    Att. Ana Caroline

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Vejo a busca da origem de Oduduwa em fontes bíblicas com grandes ressalvas, para mim não passa de retórica de africanos convertidos ao protestantismo, que usam esse ardil para convencer outros africanos a abandonarem sua fé ancestral. Para mim a origem de Oduduwa remonta ao Egito antigo,(havendo outras pessoas que o dão outras origens mais remotas) onde muitas similitudes palpáveis com a civilização nagô-yorubá podem ser exaustivamente encontradas.
    Na verdade, devemos esclarecer, que os hebreus era um povo deveras insignificante diante as grandes civilizações existentes na antiguidade. Muito do que foi escrito na bíblia foi plagiado pelos hebreus quando estiveram cativos na Mesopotâmia, supostamente no Egito e sob o jugo de Roma. Essas mega civilizações detinham farta documentação escrita, preservadas em imensas bibliotecas, sobre diversos temas. Entre eles registros de acontecimentos históricos remotos, conhecimentos científicos, informações sobre diversos outros povos mais antigos, etc. Foram nessas fontes que beberiam não só os hebreus, mas também os gregos e os romanos. A monumental biblioteca de Alexandria surgiu com o objetivo de reunir todo esse conhecimento milenar, e por colocar em dúvida e questionar as supostas verdades apresentadas pelos relatos bíblicos de então foi simplesmente destruída. Essa destruição "herética", com objetivo de distorcer a verdade dos fatos seria repetida na Idade Média em relação aos postulados gregos, que chegariam até nós através dos árabes. No entanto, todos os registros sobre a relevância de personagens negros na história humana foram simplesmente apagados. Somente na Idade Moderna começou-se a questionar a presença do homem negro como partícipe relevante da história universal sem grilhões. A partir de então, achados arqueológicos, correção de textos deturpados e a própria genética legitimam a magnitude do homem negro.
    A saber, o próprio Ifá, tema recorrente neste blog e muitas vezes associado a geomancia árabe (mercadores itinerantes e transportadores do saber), encontra muitas similitudes com o I-Ching chinês.

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